Por algumas semanas temos trabalhado a atuação do Espírito Santo na vida do cristão, e o reflexo dessa obra no desenvolver da nossa maturidade cristã. Falamos sobre o chamado do evangelho que é quando Deus se dirige e se revela a nós. Falamos sobre regeneração que é o ato de Deus nos conceder vida nova. Falamos também sobre justificação e adoção, o ato de Deus nos dar o direito legal de estar diante dele e o fato de tornamos membros da Sua família. Hoje queremos pensar com vocês um pouco sobre a Santificação.
O que é ser santo? Ser santo é ser uma pessoa que caminha em santidade, tendo uma vida com o valor central satisfazer o coração de Deus, sendo testemunha da Verdade de Cristo. Essa é a minha definição sobre ser santo.
Quando nos tornamos seguidores de Jesus e, correspondendo ao chamado do Evangelho, temos uma mudança radical nas nossas vidas. Passamos a ter um estilo de vida semelhante ao dEle, ou seja, uma vida em santidade. Falar sobre santidade não é falar sobre um fim em si mesmo, mas é falar sobre um processo que nos leva a ser a imagem e semelhança de Deus revelando a Sua Glória ao mundo. “Santificação é uma obra progressiva da parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente.” – Wayne Gruden”
Deus não nos criou ou nos chamou para a imundícia de uma vida no pecado. Ele não nos fez para a impureza, mas sim para uma vida pura e santa. “O caminhar em santidade é dar resposta positiva ao plano divino de salvar, regenerar e justificar o homem”
A regeneração Inicia Nossa Santificação
Uma vez nascidos de novo não podemos continuar pecando como um hábito ou como um padrão de vida. Uma mudança moral ocorre nas nossas vidas no ato da regeneração. O poder experimentado por nós no ato da salvação produz vida espiritual que consequentemente, deveria nos impedir de nos entregarmos a devassidão dos nossos desejos pecaminosos.
A mudança moral é o primeiro estágio na Santificação. Somos lavados, justificados e santificados em nome de Jesus (conf. 1CO 6:11). Em AT 20:32, se refere a todo cristão como “todos os que são santificados”. Ser um cristão é andar em santidade, andar em santidade é não andar na devassidão dos desejos carnais da nossa alma, lascívia, contenda, mal testemunho, fofoca, ira e todas as obras da carne descrita em GL 5:19-21.
O entendimento de que a nossa Santificação tem seu início na regeneração nos leva a não mais oferecer os membros do nosso corpo como instrumentos ao pecado, mas oferecemos todo o nosso corpo a Deus. Todo o nosso pensar, falar, agir tudo é entregue a Ele e para a Glória dEle. (RM 6:12). Sozinhos jamais venceremos as tentações e pecados, mas o poder do Espírito Santo e o poder que ressuscitou Jesus dos mortos atuando em nós é o que nos leva a superar todas as tentações do pecado.
Nunca seremos capazes de ser livres totalmente do pecado, pois até a volta do nosso Messias seremos tentados a pecar. Porém, Jesus morreu para derrotar o pecado. O pecado jamais será vitorioso. Pensar de que as pessoas precisam aceitar você do jeito que você é, isto é, um pecador preso nas práticas pecaminosas, e conformado com isso, seria o mesmo que afirmar que Jesus não derrotou o pecado. É afirmar que o pecado se tornou vitorioso e que reina em nosso corpo, sobre as nossas vontades e desejos. Isso é negar as Escrituras e o sacrifício de Jesus para nos santificar. (conf. RM 6:11-14)
“O pecado não terá domínio sobre vós”. RM 6:14
Agostinho disse que a ordem dos nossos amores está invertida. Romper com pecado e viver o processo da Santificação nos leva para uma reorientação dos desejos do nosso coração, abandonando o amor pelo pecado e não mais permitindo que ele domine sobre nossa vida.
Que Deus nos ajude a reordenar nosso coração e que Seu santo Espirito nos conduza nessa jornada de Santificação, onde não mais entregaremos nosso corpo, pensamentos e atitudes a devassidão de uma vida pecaminosa, mas seremos aqueles que caminham com a condução do Espirito Santo, entregando todo nosso corpo a servir a Deus com toda a justiça – RM 6:19