Sabemos que até os nossos dias existe uma realidade dentro muitas instituições (igrejas) com relação a aversão às práticas pecaminosas, conforme a própria palavra de Deus nos instrui, em busca da santidade. Talvez a grande maioria dos crentes, ao longo de sua jornada cristã, já tenha vivenciado ou presenciado uma cobrança, às vezes até impositiva, no sentido de combater o pecado mediante a um conjunto de regras morais, como por exemplo, não fumar, não beber, não mentir e entre outros.
Apesar das melhores intenções contidas nesse tipo de cuidado, no sentido de contribuir com que cada membro atinja esse padrão de santidade, podemos perceber que se trata de uma prática vazia em si mesma. Afinal, o homem não é capaz de lutar contra o pecado pelas suas próprias forças, e mesmo que haja êxito no seu cumprimento, se trata de algo temporário.
“Nós não podemos resolver um problema, com o mesmo estado mental que o criou.” – Albert Einstein
“Uma mudança de comportamento que não advém de uma mudança de coração não é recomendável. É condenável.” – Tedd Tripp
Passa‐se a praticar o que Jesus adverte em Mateus 15:8 ‐ “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”. Um detalhe primordial e crucial que nos ajudará a corresponder a esse processo de santidade é entender a essência do nosso Criador, o Amor. Em 1 João 2:15 ‐”Não amem este mundo, nem as coisas que ele oferece”, pois quando amam o mundo, o amor do Pai não está em vocês, é evidente que há um conflito entre os amores que precisa ser corrigido. Amamos o mundo quando há ausência do amor do Pai, do mesmo modo o contrário, se temos o amor do Pai o amor a este mundo cessa. Logo, o foco que precisa ser corrigido tem a ver com as coisas do mundo que eu preciso me desapegar ou é, entender, ser constrangido e corresponder o Amor do nosso Deus?
Talvez a passagem de João 3:16 ‐ “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, tenha se tornado banal em nosso meio devido ter sido usada de tantas maneiras indevidas que possa até ter perdido a profundidade que ela representa. Entretanto, aqui pode‐se entender que apesar de Deus ser grandioso, conforme Isaías 40:12 e Salmos 145:3, e transcendente, Salmos 113:5‐6, além de outros atributos que revelam a sua natureza, Ele veio até nós. Cristo, sendo Deus, se veste de um corpo humano, torna‐se homem e se entrega à morte.
Isaías 40:12 ‐ Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu o pó da terra na terça parte de uma vasilha e pesou os montes e as colinas numa balança?
Salmos 145:3 ‐ Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável.
Salmos 113:5‐6 ‐ Quem é semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?
Ao invés de reduzir Deus a nossa perspectiva, devemos elevar os nossos olhos para a realidade eterna de Deus. Diante de todo esse contexto do Amor, é possível compreender a profundidade do que Paulo relata em:
2 Coríntios 5:14‐15 ‐ “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”
Apesar da palavra constranger apresentar uma conotação negativa. Aqui, no entanto, representa um sentido positivo. Significa comprimir e pressionar. O Amor de Cristo nos pressiona a não vivermos mais para nós mesmos, mas para aquele que morreu por nós e ressuscitou.
“O apóstolo nunca perdeu de vista a morte de Cristo em seu favor, nunca a esqueceu, nunca a subestimou. E, ao refletir sobre esse amor infinito manifestado na morte de Cristo, ele também se sentiu motivado – não, ele se sentiu constrangido e impelido a viver para aquele que morreu em seu favor e ressuscitou.”- Jerry Brigdes
Corresponder a esse Amor é assumir um tipo de compromisso e levá‐lo a cabo dia
após dia, tornando a força motora da sua vida em gratidão e não por um senso de dever ou obrigação. Assim como ofereceram os seus membros para que fossem escravos da impureza e da maldade que leva à maldade, assim ofereçam agora os seus membros para que sejam servos da justiça para a santificação (Romanos 6:19).
1 João 3:1‐6 “Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos
chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê‐lo como ele é. E todo o que tem essa esperança nele purifica a si mesmo, assim como ele é puro. Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. E vocês sabem que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.